domingo, 24 de dezembro de 2006
MISHA GORDIN
"Em vez de fotografar realidades existentes, decidi fotografar as minhas próprias realidades imaginárias. Comecei a fotogrfar conceitos."
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
Portraits Publics Portrais Privés 1780-1830
Mrs Abington Joshua Reynolds (Plympton, 1723 - Londres, 1792) 1771 Óleo sobre tela 0,768 x 0,637 cm. New Haven, Yale Center for British Art© Yale Center for British Art, New Haven
.
Retrato de uma negra. Pintado por Marie-Guillemine Benoist, nascida em Leroulx-Delaville (Paris, 1768 - Paris, 1826) Salão de 1800. Óleo sobre tela. 81 x 65 cm Paris, museu do Louvre, département des Peintures© SP RMN/Le Mage.
.
De 04 de Out. de 2006 a 08 de Jan. de 2007
Galeria Nacional do Grand Palais
ou Londres!
Royal Academy of Arts
03 Fev. 2007 a 20 de Abr. 2007
ou Nova Iorque!
18 de Mai. 2007 a 20 de Set. 2007
.....................................................................................................................................................................
La Fornarina de Raphael
Raphael. La Fornarina. c.1518-1519. Óleo, painel d'Arte Antiga da Galeria Nacionale, Roma, Italy
.
Este não está na exposição, tem mesmo de ir a Roma, vai ver que é divertido...
.
domingo, 17 de dezembro de 2006
Vamos visitar Gustave Le Gray
Le Caire, Egipto. Túmulos dos Califas
Fotografia de Gustave Le Gray, 1861-1862
Papel Albuminado a partir de um negativo de vidro em colódio
Panorâmica de duas provas em formato de carte-de-visite horizontais 20 x 6,3 cm
Antiga colecção do Principe Filipe da Bélgica, conde da Flandres (1837-1905) © Paris, Bibliothèque nationale de France
segunda-feira, 11 de dezembro de 2006
Última Ceia Óleo sobre tela 60 x 150
O Nuno é um autodidacta, com o talento inato que fez dos pincéis um prolongamento da mão que os segura, dando àquilo que pinta um quê de facilidade que não corresponde ao que vemos mais tarde pendurado nas paredes das nossas casas. Se a pintura viesse a ser apreciada apenas pelos parâmetros gostar ou não gostar eu diria que gosto muito do que o Nuno pinta, não só porque ele é meu cunhado, mas porque pelo que escrevi no inicio a facilidade com que pinta fascina-me. Mas, a minha opinião vale o que vale. Apreciem-no na Galeria D. Pedro V em Mafra
Exposição de Pintura de Nuno Camilo Castelo-Branco
Abertura dia 16 de Dezembro, 17 horas até 14 de Janeiro de 2007
Galeria da Casa de Cultura D. Pedro V – Mafra
Rua José Elias Garcia 2640-495 Mafra
3.ª a 6.ª das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00
Sábados e Domingos das 15h00 às 18h00
Encerra segundas e feriados
http://www.cm-mafra.pt/cultura/casas_cultura.asp
domingo, 10 de dezembro de 2006
quarta-feira, 6 de dezembro de 2006
O livro completa os dois anteriores e faz justiça a uma figura de relevo da nossa história. A rainha D. Amélia foi antes de tudo, uma mulher espírito aberto e interessado nos progressos técnicos e sociais, curiosa do país onde foi chamada a ser consorte de um rei igualmente envolto numa aura de mistério e preconceito. Compreende-se este muro de silêncio que afinal é a justificação do regime saído do golpe de 3, 4 e 5 de Outubro de 1910. Há ainda que recordar o embaraço que ainda suscita o regicídio de 1 de Fevereiro de 1908 que consistiu na pedra basilar da instauração da república em Portugal. Como complemento à autêntica torrente de informação fotográfica que Eduardo Nobre nos oferece, sugiro a urgente leitura da biografia do rei D. Carlos, da autoria de Rui Ramos (edição do círculo de leitores). Obra igualmente séria e fruto de exaustiva pesquisa, procura desvendar alguns enigmas acerca da personalidade do rei que é um dos tabus do regime. No entanto, mais de cem anos de intensa propaganda e pior que tudo, do atávico desinteresse português, ergueram uma infinidade de obstáculos à verdade. Faltam documentos, talvez para sempre desaparecidos. Os autores morais – e muito provavelmente organizadores e financiadores – do crime do Terreiro do Paço, poderão ter criado falsas pistas e até destruído o processo do regicídio, talvez comprometedor em demasia para quem sempre quis criar reputações imaculadas. Mas a história que verdadeiramente interessa, a das provas documentais, dos testemunhos voluntários ou não, das confissões sem intenção de tal, acaba por pesar e fazer pensar quem pretenda saber mais. Como sugestão, consultemos algumas actas dos derradeiros parlamentos da monarquia, onde a total liberdade de expressão – impossível para os nossos dias – choca pelo descambar na ordinarice tasqueira, tão ao gosto nacional. A propósito e voltando ao tema do livro, António José de Almeida ( o encarregado pela organização da fabricação de bombas do PRP), dizia em plena sessão parlamentar, que desdenhava – embora dela beneficiando, claro está - , da amnistia promulgada por D. Carlos, amnistia essa “que não passava de um broche da rainha Orleães”. Imaginemos que no actual parlamento alguém insultasse assim a mulher do chefe do Estado. Se a isto acrescentarmos todo o tipo de infâmias e insinuações acerca da vida particular da rainha e do rei, o quadro parece completo. No entanto, o livro de Eduardo Nobre tem o mérito de nos mostrar as múltiplas facetas da personalidade da rainha. A soberana, a mãe ciosa da educação dos filhos, a mulher interessada no progresso científico num pais desinteressado, a protectora do património, mostram-nos uma D. Amélia bem diferente daquela que o belo e sensual quadro do museu dos coches parece consagrar. A rainha interessou-se deveras pela erradicação dos grandes males da época, desde a insalubridade em que grande parte da população vivia, até ao combate do flagelo da tuberculose. Os dispensários e sanatórios, os lactários populares e as cozinhas económicas, as creches onde se ensinava a higiene às crianças, são obras pouco conhecidas da rainha. Pelo contrário, o seu nome surge indelevelmente ligado à instalação do Instituto Pasteur em Portugal (Instituto Câmara Pestana), ao Instituto de Socorro aos Náufragos e à Assistência Nacional dos Tuberculosos. Esta mulher que surge em centenas de fotografias que o livro de E. Nobre publica, foi talvez, ouso dizer, uma percursora da assistência social.
Ao longo de quase duzentas páginas, vemos talvez pela primeira vez, fotografias de extremo interesse, feitas em momento de descontracção, sem que o “ofício de reinar” ditasse esta ou aquela conveniência. A família real surge como ela era no dia a dia, despida de arrogâncias e sobrancerias postiças. As relações familiares colocavam Portugal no jogo das potências europeias e quanto a isto, sabemos que D. Carlos e D. Amélia tinham ideias muito firmes e claras que se pautaram sempre pela preservação do conjunto territorial nacional. A habilidade da desprezada diplomacia real, não terá afinal garantido a existência dos hoje denominados PALOP e do correspondente peso da nossa língua no mundo?
As últimas páginas são dedicadas à quase hoje esquecida visita da rainha a Portugal (1945) e o seu grandioso e perturbante funeral em Lisboa. Numa época de censura, ela representou aliás, o único símbolo vivo de uma liberdade perdida.
Nuno Castelo-Branco
terça-feira, 5 de dezembro de 2006
Não há na Europa ninguém que tenha editado tanto e tão excelentes trabalhos científicos sobre a África colonial quanto os portugueses.
Porém, no estilo de álbum ilustrado, ultimamente, a qualidade não tem aparecido, exceptuando a colecção de álbuns de postais das antigas colónias portuguesas editados por João Loureiro, Memória Portuguesa de África e do Oriente , e agora “Angola no século XIX Cidades, Territórios e Arquitecturas”, numa edição de autor da Historiadora Aida Freudenthal e dos Arquitectos José Manuel Fernandes e Maria de Lurdes Janeiro que é uma agradável surpresa comparando com o que se tem feito de há uns anos para cá, quando falamos da edição de álbuns cuja temática são as antigas colónias portuguesas de África. Têm realmente surgido alguns trabalhos, que de uma ou de outra maneira, exploram os sentimentos saudosistas daqueles que tiveram e têm por África uma verdadeira devoção. Nos últimos anos o fundamento dessas edições visava sobretudo o lucro fácil, roçando a maioria das vezes a frivolidade. Este trabalho está profusamente ilustrado com postais da colecção de João Loureiro e também, documentos, cartografia e aguarelas de algumas entidades públicas e privadas (Instituto de Investigação Científica Tropical, Arquivo Histórico Ultramarino, Arquivo do Museu de Marinha, Biblioteca Nacional de Lisboa e Sociedade de Geografia de Lisboa).
A verdade daquilo que vemos...
Serviçais regando uma horta, Porto Amélia - Moçambique
Não faço a menor ideia do que pode ser abarcado no conceito de trabalho forçado; isto a propósito da exposição de fotografias da colecção de Ângela Camila e António Faria que se encontra na Biblioteca da FLUP-Faculdade de Letras da Universidade do Porto; tenho para mim que, quando vemos uma imagem que nos mostra a apanha do algodão não podemos imaginar a violência que pode estar camuflada nesta actividade, se dela nada soubermos. Suponho que a maioria das pessoas que conheço ao verem a fotografia que ilustra dois serviçais a regar uma horta, dificilmente pensaram que estes estão a fazer um trabalho forçado. A ausência de elementos que os ajudem a chegarem a essa conclusão vai empurrá-los para a conclusão contrária. As regas acontecem normalmente pela manhã ou no final da tarde quando está fresco, os serviçais parecem ter todo o tempo do mundo e é um trabalho agradável! Mas será essa a realidade? Ou será apenas a verdade daquilo que vemos...
Podemos estar a trabalhar numa mina, numa pedreira ou noutras inúmeras situações que exigem muito esforço e, no entanto, estamos ali de livre vontade. O contrário também se passa, podemos estar a fazer um trabalho ligeiro do qual até gostamos e em condições agradáveis, mas estar a fazê-lo forçados.
Inevitavelmente, a presença europeia, nos continentes descobertos a partir do séc. XV, acentuou-se e quis sobrepor-se às culturas locais, em África mais afirmativamente a partir dos finais do séc. XIX. Isto para dizer que até as situações mais inocentes e insuspeitas têm em si mesmas uma carga enorme de imposição, como por exemplo: um indígena que faz parte – aparentemente de livre vontade - de uma força militar, nunca se questiona a razão porque, estaria a combater junto daqueles que ali tinham chegado e contra os seus. Não sabemos se as motivações que levaram este homem livre a alistar-se ou a ser recrutado foram a necessidade de se alimentar, ou se tratou de ajudar a família com o magro pré, ou até de motivações de integração ou aculturação impostas, o que me parece importante. Não me quero afastar do propósito desta exposição que é o trabalho forçado mas, o reconhecimento da imposição da nossa presença nestes territórios não pode ser negligenciada, pois que ela passa a ser uma realidade relevante em todas as actividades incluindo naturalmente a do trabalho.
Lembro sempre a revolução pacífica de Gandhi, quando este apelou à desobediência; estariam os indianos a trabalhar à força para os ingleses? O simples facto de receberem um salário não os liberta dos grilhões da força da argumentação de uma presença hostil.
Mas, voltemos ao trabalho forçado em África e aqui mais exactamente à “África portuguesa”. Não basta sermos remunerados para nos tornarmos trabalhadores livres; o facto de os trabalhadores, a partir da abolição da escravatura, receberem uma remuneração/salário não é suficiente para afirmarmos que trabalhem em liberdade; o relatório de Francisco Mantero em 1910, os estudos de Francisco Tenreiro nos anos sessenta e mais recentemente de Augusto Nascimento “Poderes e quotidiano nas roças de S. Tomé e Príncipe”, dão-nos uma ideia das realidades vividas pelos serviçais e a mão de obra nas Ilhas de São Tomé e do Príncipe após a abolição da escravatura. A obrigatoriedade e a imposição têm condicionantes que a remuneração não elimina.
Também é importante reflectirmos sobre as arbitrariedades e abusos nas relações de trabalho nas colónias que têm de ser analisadas no contexto da realidade local, nacional e internacional. No início do séc. XIX lutava-se em Portugal por leis que impedissem os castigos físicos infligidos aos trabalhadores pelos empregadores. Nos meios rurais, sobretudo nos mais pobres do Alentejo e de Trás-os-Montes as remunerações não tinham qualquer expressão. Ainda me lembro de ler anúncios em jornais a contratarem criadas de servir para casas de famílias na capital e que eram pagas com comida e dormida; lembro também os anúncios que ofereciam trabalho nas tabernas e casas de pasto sem qualquer remuneração, apenas a troco de alimentação e cama; muitos jovens aprendizes das mais variadas profissões chegavam às cidades para procurar emprego a troco de comida e dormida nos primeiros anos de aprendizagem da profissão. Não quero com isto comparar, nem justificar as arbitrariedades, abusos e até crimes cometidos nas colónias com outras realidades, na verdade a ignorância, a distância, o isolamento e outras dificuldades favoreciam esses abusos e arbitrariedades e deixavam por vezes, os indígenas à mercê da boçalidade de funcionários sem escrúpulos que ali se encontravam contrariados, e de muita gente que ali estava a cumprir pena de degredo, uns por motivos mais graves que outros. Por outro lado, de tanto falarmos em trabalho forçado, ficamos com a falsa impressão de que os indígenas não trabalhavam antes da chegada dos europeus e mesmo depois da sua chegada só construíram aquilo a que foram forçados; nada mais injusto, poucas estradas, pontes, caminhos de ferro, portos das possessões africanas existiriam se não tivessem contado com a participação destes indígenas preguiçosos que eram recrutados para todos os serviços necessários ao desenvolvimento dos territórios colonizados. Não quero que o texto deixe a ideia que todos os europeus que acabaram por se fixar nas colónias e aqueles que ali nasceram tinham comportamentos condenáveis, porque isso não corresponde à realidade nem àquilo que penso. A maioria das vezes, as atitudes boçais partiam dos europeus que ali não se queriam fixar e ali se encontravam, muitos contrariados, de passagem ou em comissões de serviço militar ou administrativo. Se me permitem dois factores são responsáveis pelo racismo: a ignorância e o medo; essas condições sentiam-se mais nos juízos da metrópole que nos das colónias. Se abandonarmos todos os preconceitos e fantasmas da colonização que ainda nos perseguem, será mais fácil uma análise séria das relações de trabalho e trabalho forçado que existiam nos territórios colonizados pelos portugueses. Aqui pretendemos apenas deixar a beleza das imagens, não abdicando da nossa leitura das mesmas.
António Faria e Ângela Camila
http://www.letras.up.pt/ flup@letras.up.pt
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
du 7 novembre au 3 décembre 2006 Vernissage le 9 novembre à partir de 18h
V.W.
Antonio Feliciano de Castilho
Como todos sabem Castilho cegou completamente muito cedo. O retrato tem qualquer coisa de enigmático... e assim, é pertinente perguntar-se se alguém sabe porque.